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sexta-feira, 19 de agosto de 2016

CURA – Paramahansa Yogananda - Aplicação da vontade, do sentimento e da razão / DESPERTAR






Aplicação da vontade, do sentimento e da razão


A atitude mental deveria adaptar-se ao tipo de afirmação que se aplique: afirmações relacionadas com a vontade, devem ser acompanhadas de uma enérgica determinação; afirmações relacionadas com o sentimento devem ser acompanhadas de devoção; afirmações relacionadas com a razão, devem ser acompanhadas de um claro entendimento. 

Quando se deseja curar os outros, devemos selecionar um tipo de afirmação que esteja de acordo com o temperamento do paciente, seja este ativo, imaginativo, emotivo ou reflexivo. 

Condição fundamental na prática de toda afirmação é a intensidade da atenção mas a continuidade e a repetição também são fatores de considerável importância. 

Repete atenta e reiteradamente tuas afirmações, saturando-as de devoção, vontade e fé. E não te inquietes pelos resultados: estes haverão de produzir-se naturalmente, como fruto de teus esforços.


Durante o processo de cura física, a atenção deve concentrar-se nos infinitos poderes da mente e não na enfermidade em si, pois pode debilitar a fé. Quando se trata de superar perturbações mentais, como o medo, a ira, os maus hábitos, etc., a concentração deve fixar-se na qualidade oposta a que se deva vencer. 

Por exemplo, para superar o medo deve ser cultivada a consciência da coragem; para superar a ira, a consciência da paz; para superar a fraqueza, a consciência da força. para superar a enfermidade, a consciência da saúde e assim por diante.

Origem mental das enfermidades crônicas


Quando lutamos por recuperar a saúde perdida, freqüentemente tendemos a prestar maior atenção ao poder avassalador da enfermidade em lugar de nos concentrarmos plenamente na possibilidade de curar; desta forma, permitimos que a enfermidade corporal se converta em um hábito tanto mental como físico. 

Este fenômeno se manifesta especialmente nas pessoas tensas e apreensivas. Todo pensamento depressivo, todo pensamento de felicidade, de irritabilidade ou de calma, gravam sulcos nas células cerebrais,fortalecendo nossas tendências, seja para a enfermidade ou seja para o bem-estar.

Nossas subconscientes “idéias-hábitos”, sejam de saúde ou de enfermidade, exercem uma poderosa influência sobre nosso ser. As enfermidades rebeldes – tanto mentais como físicas – possuem sempre uma profunda raiz na mente subconsciente. 

Para eliminar a enfermidade é necessário arrancar estas raízes ocultas. É por isso que toda afirmação consciente deve ser praticada com a força suficiente a fim de que seja capaz de imprimir sua verdade na mente subconsciente; então, esta última, por sua vez, influirá de forma automática sobre a consciência. 

Assim, pois, as afirmações vigorosas que se praticam em forma consciente, atuam tanto sobre a mente como sobre o corpo, através da meditação da mente subconsciente. As afirmações efetuadas com uma força ainda maior, alcançam não apenas a mente subconsciente mas também a supraconsciente, provedora mágica de poderes milagrosos.


Toda afirmação de uma Verdade deve ser praticada aplicando-se nela a vontade, o sentimento, a inteligência e a devoção. Não devemos permitir que a atenção se distraia. 

É preciso treinar a atenção como se tratasse de uma criança travessa; cada vez que se desviar de seu objetivo, deve ser trazida de regresso e ensiná-la uma e outra vez, em forma repetida e paciente, a concentrar-se na tarefa que lhe designamos.

Fé e atenção: dois fatores necessários

Se desejamos que uma afirmação alcance a supraconsciência, esta afirmação deve estar livre de toda dúvida e incerteza. A atenção e a fé operam como faróis, capazes de conduzir até às mentes subconsciente e supraconsciente inclusive aquelas afirmações que se praticam sem uma plena compreensão de seu significado.

A paciência e a repetição atenta e inteligente, operam maravilhas. As afirmações praticadas para curar perturbações físicas ou mentais crônicas, deveriam ser repetidas com freqüência, profundidade e continuidade, até que cheguem a formar parte integrante de nossas mais profundas convicções intuitivas. 

Jamais deveríamos prestar qualquer atenção ao fato de que o estado de nossa saúde permaneça estacionário ou mesmo se agrave. É preferível morrer – se a morte tiver que vir – com a convicção de possuir saúde perfeita, do que com a idéia de que se é vítima de um mal físico ou mental incurável.

Mesmo quando, de acordo com o conhecimento atual do homem, a morte constitua irrevogavelmente o fim de nosso corpo, o poder da alma é capaz de modificar a “hora assinalada”.
Volta

A cura é produzida pela energia vital


A “Palavra”é a Energia Vital ou Força Cósmica Vibratória. A “boca de Deus”é o bulbo raquidiano, localizado na parte posterior do cérebro que se adelgaça progressivamente, fundindo-se na medula espinhal. 

Esta zona do corpo humano, a mais vital de todas, constitui o divino portal (“boca de Deus”) através do qual penetra a “Palavra”ou Energia Vital que sustenta o homem. Nas escrituras hindus e cristãs, a Palavra é designada com o termos de OM e Amém, respectivamente.

Somente aquele Poder Perfeito (o da Palavra ou Energia Vital) é capaz de restabelecer a saúde; todos os métodos de estimulação externos atuam somente na medida em que cooperam com a Energia Vital e carecem de todo valor em sua ausência.

Cura de acordo com o temperamento

As drogas prescritas pela medicina, as massagens, os ajustes da coluna vertebral e os estímulos elétricos, podem servir de ajuda na recuperação da harmonia perdida das células, seja através de sua ação química sobre o sangue ou através de seu efeito fisiológico. 

Esses métodos externos às vezes cooperam com a Energia Vital no processo da cura mas não têm poder se forem aplicados em um corpo morto, do qual a Energia Vital se retirou.

Poucos são os que sabem que, de acordo com a natureza particular de cada indivíduo – seja esta imaginativa, intelectual, idealista, emocional, volitiva ou combativa – é possível aplicar de forma especial a imaginação, a razão, a fé, a emoção, a vontade ou o esforço, respectivamente. 

Coué destacou o valor da auto-sugestão; mas uma pessoa de tipo intelectual não é receptível à sugestão e somente reagirá diante de uma discussão metafísica sobre o poder da consciência sobre o corpo, uma vez que para ele é indispensável saber os “como” e “por que” do poder da mente.

Se um indivíduo desta natureza aprende, por ex., que através da hipnose é possível produzir bolhas no corpo – como afirma William James em seus Princípios de Psicologia – poderá deste modo compreender o fato de que a mente seja igualmente capaz de curar uma enfermidade. 

Se a mente é capaz de alterar a saúde, também é capaz de restabelecê-la. As diferentes partes do corpo foram desenvolvidas pelo poder da mente: é ela que supervisiona a formação das células corporais e pode também revitalizá-las.

A auto-sugestão é igualmente de pouco valor em um indivíduo dotado de uma vontade poderosa. Este tipo de pessoa pode sarar de uma enfermidade mediante uma aplicação de afirmações capazes de estimular sua vontade em lugar de sua imaginação. Mas a auto-sugestão tem sua aplicação nos que são dotados de um temperamento fundamentalmente emotivo.

O poder da emoção e da vontade


É conhecido o caso de certo indivíduo mudo que recuperou a faculdade de falar ao fugir de um edifício em chamas. A aguda impressão emocional recebida ante o espetáculo das chamas, o levou a gritar: “Fogo! Fogo!”, esquecendo-se de que até então não havia sido capaz de falar. O impacto da violenta emoção conquistou seu subconsciente “enfermidade-hábito”. Este caso constitui um exemplo ilustrativo do efeito do poder de uma atenção intensamente focalizada.

Encontrando-me em plena travessia entre a Índia e Ceilão, durante minha primeira viagem marítima, vi-me subitamente tomado por um acesso de vômitos e náusea. 

O incidente me perturbou bastante pois me tomou de surpresa, precisamente quando me encontrava desfrutando de minha primeira experiência numa habitação flutuante (meu camarote) e uma aldeia que navega. 

Decidi então não tornar a permitir-me jamais a cair vítima de semelhante ardil de meu organismo. Adiantando um pé, fixei-o firmemente no solo de minha cabine e ordenei à minha vontade nunca mais aceitar a experiência da náusea. 

E quando, posteriormente, voltei a viajar por mar em numerosas ocasiões – durante um mês entre Japão e Índia, cinqüenta dias entre Calcutá e Boston e vinte e seis dias entre Seattle e Alasca – jamais voltei a ser presa da náusea.




Fonte: https://direitodolivrepensar.wordpress.com

Pesquisa e Estudo: Gilberto Kin



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