CEGO GUIANDO CEGO
ARTE, CULTURA E FILOSOFIA
“Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque está escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e benefício de todos, aceite-o e viva-o.” (Sidarta Gautama, o Buda)
A mensagem é sempre examinar e ver por si mesmo. Quando você vir por si mesmo o que é verdadeiro — e esse é realmente o único modo pelo qual você pode conhecer genuinamente qualquer coisa — quando isso acontecer, aceite—o. Até aí, apenas deixe de lado o julgamento e a crítica.
"Se um cego guiar outro cego, cairão ambos no baranco."
A mensagem é sempre examinar e ver por si mesmo. Quando você vir por si mesmo o que é verdadeiro — e esse é realmente o único modo pelo qual você pode conhecer genuinamente qualquer coisa — quando isso acontecer, aceite—o. Até aí, apenas deixe de lado o julgamento e a crítica.
"Se um cego guiar outro cego, cairão ambos no baranco."
Pieter Bruegel, Parábola do cego guiando o cego (detalhe), 1568.
"Porventura pode um cego guiar outro cego? Não cairão ambos no barranco?"
(Lucas, VI, 39).
"Sabes que os fariseus ouvindo o que disseste, ficaram escandalizados? Mas ele respondeu: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada pela raiz. Deixai-os, são cegos guias de cegos. Se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco".
(Mateus, XV, 12-14)
Os tolos moram na escuridão (da ignorância), embora considerem a si próprios como sábios e eruditos. Assim, iludidos, dando voltas por muitos caminhos tortuosos, os tolos se assemelham a um cego que guia outro cego.
(Katha Upanishad, parte I:(2,5))
Não podemos ser cegos guiando e sendo guiados por outros cegos.
Alguém que não quiser errar o caminho precisa seguir alguém que o conheça.
Ninguém melhor do que Sidarta Gautama, o Buda, para nos fazer abrir os olhos:
Tenho a impressão de que também tu procuraste a senda. Não me queres revelar algo a esse respeito, meu prezado amigo? Perguntou Govinda.
Ao que replicou Sidarta:
- Que poderia eu dizer-te? Só talvez que procuras demais, que de tanta busca não tens tempo para encontrar coisa alguma.
-Por quê? Perguntou Govinda.
- Quando alguém procura muito – explicou Sidarta – pode facilmente acontecer que seus olhos se concentrem exclusivamente no objeto procurado e que ele fique incapaz de achar o que quer que seja, tornando-se inacessível a tudo e a qualquer coisa porque sempre só pensa naquele objeto, e porque tem uma meta, que o obceca inteiramente.
Procurar significa: ter uma meta. Mas achar significa: estar livre, abrir-se a tudo, não ter meta alguma.
Pode ser que tu sejas realmente um buscador, já que no afã de te aproximares da tua meta, não enxergas certas coisas que se encontram bem perto dos teus olhos.
Ó Sidarta, tens alguma doutrina? Algum credo? Algum conhecimento que te oriente e te ajude a viver, praticando o Bem? – perguntou Govinda
- (...) A sabedoria não pode ser comunicada. A sabedoria que um sábio quiser transmitir sempre cheirará a tolice.
- Estás brincando? – perguntou Govinda.
- Não brinco, não. Digo apenas o que percebi. Os conhecimentos podem ser transmitidos, mas nunca a sabedoria. Podemos achá-la, podemos vivê-la, podemos consentir em que ela nos norteie; podemos fazer milagres através dela. Mas não nos é dado pronunciá-la ou ensiná-la. Esse fato, já o vislumbrei às vezes na minha juventude. Foi ele que me afastou dos meus mestres. “O oposto de cada verdade é igualmente verdade.” Isso significa: uma verdade só poderá ser comunicada e formulada por meio de palavras, quando for unilateral. Ora, unilateral é tudo quanto possamos apanhar pelo pensamento e exprimir pela palavra.
Tudo aquilo é apenas um lado das coisas, não passa de parte, carece de totalidade, está incompleto, não tem unidade. Sempre que Augusto Gotama nas suas aulas nos falava do mundo, era preciso que o subdividisse em Samsara e Nirvana, em ilusão e verdade, em sofrimento e redenção. Não se pode proceder de outra forma. Não há outro caminho para quem quiser ensinar, Mas o próprio mundo, o ser que nos rodeia e existe no nosso intimo, não é nunca unilateral.
Nenhuma criatura humana, nenhuma ação é inteiramente Samsara nem inteiramente Nirvana. Homem algum é inteiramente santo ou totalmente pecador. Uma vez que facilmente nos equivocamos, temos a impressão de que o tempo seja algo real.
Não, o tempo não é real. E se o tempo não é real, não passa tampouco de ilusão aquele lapso que nos parece estender-se entre o mundo e a eternidade, entre o tormento e a bem-aventurança, entre o Bem e o Mal.
“Não acredite em mim porque você me vê como o seu mestre", ele disse. "Não acredite em mim porque os outros acreditam. E não acredite em nada pelo fato de o ter lido num livro. Não deposite sua fé em relatos, na tradição, em boatos, nem na autoridade de líderes religiosos ou de textos. Não confie na simples lógica, nem na inferência, nem nas aparências, nem na especulação."
O Buda enfatizou repetidamente a impossibilidade de algum dia chegar à Verdade desistindo de sua própria autoridade e seguindo a opinião dos outros. Esse caminho só conduzirá a uma opinião, sua ou de outra pessoa.
O Buda encorajava as pessoas a saber por elas mesmas que certas coisas são nocivas e erradas. E quando vocês fizerem isso, então desistirão delas. E quando souberem por si mesmas que certas coisas são saudáveis e boas, então as aceitarão e seguirão.
A mensagem é sempre examinar e ver por si mesmo. Quando você vir por si mesmo o que é verdadeiro — e esse é realmente o único modo pelo qual você pode conhecer genuinamente qualquer coisa — quando isso acontecer, aceite—o. Até aí, apenas deixe de lado o julgamento e a crítica.
Não podemos começar qualquer real investigação sobre a Verdade, com alguma suposição ou crença de qualquer tipo. Devemos estar dispostos a ver as coisas como são, em lugar de vê-las como esperamos e queremos que elas sejam.
“Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque está escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade.
Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e benefício de todos, aceite-o e viva-o.” (Sidarta Gautama, o Buda)
Não podemos apreender a Verdade com palavras. Só a podemos ver, ter a experiência dela, por nós mesmos.
"Por que cegamos, não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegamos, penso que estamos cegos, cegos que vêem, cegos que vendo, não vêem" (J. Saramago)
"O medo cega, já éramos cegos no momento em que cegamos, o medo nos cegou, o medo nos fará continuar cegos.[...] Quantos cegos serão preciso para fazer uma cegueira, Ninguém soube responder." (J. Saramago)
POSTADO POR GABRIELA BORGES ÀS 20:39
Fonte: http://cegoguiandocego.blogspot.com.br/2010/05/pieter-bruegel-parabola-do-cego-guiando.html
Pesquisa e Estudo: Gilberto Kin
SOMOS LUZ UNIDADE & PAZ PROFUNDA
Nenhum comentário:
Postar um comentário